Jamais na nossa História a gente soube tanto a respeito de nós mesmos e do nosso vizinho do que sabemos hoje. E, quando digo vizinho, não estou me referindo apenas àquele indivíduo que mora ao lado da nossa casa. No mundo globalizado em que vivemos e com as facilidades da Comunicação, alguém que está noutro continente – do outro lado do mundo – é hoje nosso vizinho – ainda que seja virtual.
Tomamos conhecimento dos fatos em tempo real, mesmo que estejam acontecendo no outro hemisfério. E, até ‘sentimos’ a dor que os outros sentem quando são vítimas de fatalidades da vida. Tornamo-nos especialistas em saber tudo sobre todos sem, no entanto conhecer as pessoas. A verdade é que a Sociologia, a Antropologia, a Filosofia e também a Psicologia nos dão farto material de informações sobre o Homem e seu relacionamento individual e coletivo neste contexto social em que vivemos mas, quem rompe as barreiras?
Nossa sociedade caminha num rumo incerto: todos conhecem a todos e ao mesmo tempo ninguém conhece a ninguém. Paradoxo? Sim. O homem tem se tornado o seu pior inimigo e, na luta para defender-se de seus próprios semelhantes, cria e amplia barreiras e as torna intransponíveis. É bem mais fácil, rápido e seguro manter-se na virtualidade: “não tenho que ser ‘real’”. “Não tenho que abrir as portas da minha casa” e, o melhor – “eu mesmo dou as cartas – num click entro e noutro click saio deste jogo”.
O mundo além das nossas portas é conflitante com esse mundo virtual. Nota-se a ação da indústria e comércio da insegurança: muros, grades, portões, alarmes, etc. Temos medo de nós mesmos!
Além dessas barreiras físicas temos também as cruéis barreiras sociais (pobreza), étnicas, culturais, religiosas...(em nome de Deus fazemos guerra). Tais barreiras têm distanciado cada vez mais os indivíduos e sociedades e, muitas vezes, quando há uma aparente aproximação, isso ocorre por interesses particulares de indivíduos ou nações em benefício próprio. Exemplo disso é a política no Brasil.
É fato estranho que o Homem, sendo um ser essencialmente social e inteligente tenha tornado o seu ambiente de vida num palco de lutas sociais e preconceitos e tenha perpetuado um clima de tão grave insegurança no Planeta.
Já é tempo de se notar que tantas barreiras nos levam ao caos e que o que pode ser grande benefício para a humanidade – a comunicação virtual e instantânea – mal empregada, torna-se instrumento de separação entre pessoas.
Já é tempo de se transpor os muros de separação social e se construir pontes. Não por uma individualidade coletiva, mas pela coletividade individual – cada um, no seu contexto, um ser sociável, responsável e indispensável ao bem-estar e felicidade dos seus semelhantes. E, construindo novas pontes, ‘viver sem medo de ser feliz’.
Quem sabe 2009 seja um ano em que notaremos que somos seres reais, assim como também é real o nosso semelhante que vive ao nosso lado ou, mesmo distante?
Nosso Mundo e 100 Barreiras !
Postado por GGabliel às 15:17:00 Marcadores: Comportamento Social, Relacionamentos, Sociedade Virtual
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