O Guardião de Memórias


Geraldo Gabliel

O objetivo dessa resenha é analisar as ações pedagógicas, sociais e culturais no filme O Guardião de Memórias (The Memory Keeper´s Daughter) produzido por Sony Pictures em 2008 sob direção de Mick Jackson. A análise será feita tendo como foco a personagem Foebe (Krystal Hope Nausbaum) – uma garota com síndrome de Down nascida em 1964 nos Estados Unidos e que vive um drama em consequência do preconceito de seu próprio pai.


Não há, no filme, referência de que se esteja retratando um fato conhecido, mas nada nos impede de entender que o filme represente situações reais e que tenham acontecido e semelhantes a casos que ocorram ainda hoje na sociedade.


Vejamos a sinopse do filme:

Em 1964, Dr. David Henry (Dermot Mulroney) separou sua filha de seu irmão gêmeo para esconder de sua esposa que a menina tinha Síndrome de Down. Entregando a garotinha aos cuidados de uma enfermeira (Emily Watson), David corta todo o contato com ela e concentra-se em seu filho e na esposa (Gretchen Mol). Durante os próximos 25 anos, sua filha especial cresce e transforma-se numa bela moça, enquanto David assiste à derrocada da família que lhe restou... sabendo que jamais poderá revelar seu segredo cruel.*

Embora sendo ortopedista, o Dr. Henry, por uma circunstância inesperada, se vê na obrigação de realizar o parte de sua esposa. Não sabiam de que teriam filhos gêmeos. O menino, primeiro a nascer, é perfeitamente saudável; a menina, porém, nasce com Síndrome de Down.

Ao ver a filha e reconhecer nela os sinais de deficiência, o Dr. Henry é tomado por dolorosas lembranças do passado familiar: uma irmã deficiente que morreu ainda jovem em consequência da mesma ´enfermidade´. Por impulso, o Dr. Henry toma uma decisão que mudou para sempre a vida de todos e o assombrou até a morte – pediu que a enfermeira Caroline ( Emily Watson) entregasse a criança deficiente para adoção e disse à sua esposa que a menina não sobreviveu.

Caroline, a enfermeira, vendo a situação deplorável do abrigo em que deveria deixar a criança, tendo presenciado os maus tratos aos internados naquele abrigo e tocada por um instinto materno, decide não deixar Foebe ali e adotá-la como sua própria filha. Deixa seu trabalho, sua residência e muda-se com a menina para uma cidade distante, onde pretende cuidar e educar Foebe como uma pessoa normal.

O filme retrata o preconceito e a falta de esclarecimento das pessoas quanto à sindrome de Down na época. Caroline resente-se por considerarem em juizo que a menina é ´debilóide´. Luta contra tal preconceito e rejeição social e consegue, após muita insistência, matricular Foebe numa escola pública.

O comportamento e atitudes de Foebe demonstram que ela pode conviver normalmente no meio social e familiar interagindo com pessoas não portadoras da síndrome e que, por esse convívio, desenvolve potencialidades e sensibilidades comuns a qualquer ser humano considerado normal, ainda que isso ocorra em diferentes níveis de percepção e desenvolvimento.

Na prática pedagógica, o filme nos dá a oportunidade de percebemos a importância da compreensão da individualidade dos portadores de deficiências e a possibilidade da inclusão social dessas pessoas na familia, na escola e comunidade.

Hoje, muitos preconceitos têm sido vencidos e planos e iniciativas públicas e privadas procuram minorar o sofrimento de pessoas a quem a vida lhes fez diferentes nesse mundo em que ninguém é igual a ninguém.

*http://www.interfilmes.com/filme_20163_O.Guardiao.de.Memorias-(The.Memory.Keeper.s.Daughter).html

Geraldo Gabliel
Aluno do Curso PREFOPES/2010 da FACIMED de Cacoal - RO.

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