Disseminando o Saber Real com Tecnologia Aplicada à Educação
Ser competitivo é algo natural do ser humano. Acredita-se que a humanidade tem alcançado tão alto nível de evolução graças à competitividade com seus predadores e, até mesmo, com os seus semelhantes dentro de sua própria espécie. Questionando tal assertiva, há quem diga que o que tem ocorrido, na verdade, é uma espécie de entropia dos conhecimentos, afirmando que todo conhecimento e tecnologia disponível ao homem hoje, nada mais é do que uma muleta para compensar as debilidades crescentes da nossa raça.Tendo razão este ou aquele pensamento, o que é real e inegável hoje é que o volume de informações disponíveis à sociedade atual é, sem dúvida, imensurável. Nossas asas da informação nos levam aos confins da Terra mas, chegando lá, nossos olhos se deparam com o infinito e, não sei! – decepcionamo-nos - diante de nós, uma eternidade de dúvidas.
Essencialmente sociais como somos e ´educadores´ neste contexto de dilúvio de informações, que postura tomar na escola? Como catalisar tantos dados e sintetizá-los aos nossos educandos? Aliás, não é tarefa nada fácil saber o que é e o que não é confiável neste universo de saberes – muitos, claramente duvidosos. Sentimo-nos fragilizados quando, empenhando-nos com todos os nossos esforços e, não atingimos nossos objetivos. Nunca se soube tanto e se aprendeu tão pouco! O que ocorre, na verdade, é que somos todos, indistintamente, bombardeados por um volume indigerível de informações – tarefa inumana a qualquer mortal. Não é por isso – esse dilema - que vamos baixar a guarda, afinal, desafios estão ai para serem superados. Isso pode até ser divertido, utópico mas, nos entretem enquanto navegamos nesta existência.
Hoje fala-se na nova ´leitura do mundo´e que cada um tem uma maneira própria de interpretar a sua realidade e a realidade dos outros. Conviver com a diversidade de opiniões e atitudes das pessoas sem julgar serem certas ou erradas, beneficiando-se desta diversidade, é uma tarefa não menos importante do que ser alguém consciente de que individual e coletivamente temos todos que ser responsáveis pelos nossos atos.
Numa aldeia global a informação é objeto de grande valor e corre-se o perigo de sermos vítimas de especulações de gangsters da mídia. Massificar o acesso à informação, sem a devida capacidade de julgamento dos fatos, pode causar em muita gente uma espécie de síndrome de deficiência perpétua pois, incapaz de ter a certeza do que é justo e certo – relativo – se desespera.
A escola é um campo fértil para o cultivo do saber mas, não é o único ambiente em que germinam as sementes da sabedoria. O educando não é um ser esculpido exclusivamente para a escola, com as características próprias de alguém que possa ser lapidado e terminado neste ´laboratório do saber´. Cada um dos nossos pupilos, ao chegar às nossas classes, traz consigo um dossiê de vida, uma cabeça moldada pelas diferentes células da sociedade a que pertence e, chegando à escola, este constante moldar no seu habitat não termina abruptamente – continua, englobando a escola como mais um elemento da sua realidade.
Mais do que uma busca desenfreada de conhecimentos por mero prazer ou influência da moda, atualizar-se com as novas tecnologias aplicadas à educação é gênero de primeira e indispensável necessidade. Um cochilo, apenas um e, vapt! Somos deglutidos pela famigerada ignorância... Vivemos numa sociedade de consumo e o saber é um produto de consumo; assim sendo, está exposto em vitrines – na maioria atrativas – nos oferecido por algum preço. Tal qual se avalia qualquer outro produto que se compra no mercado, é importante avaliarmos o que temos disponível nas bancas de informações e saber. Espero que participando de um projeto de aprendizagem de uso e aplicação dessas tecnologias eu saiba estabelecer parâmetros para errar menos na divulgação do saber.
Nova modalidade de sociedade informatizada se avista no horizonte. A célula máter desta sociedade já é uma realidade entre nós. Os veículos de disseminação do saber nesta sociedade já estão disponíveis na maioria dos lares e meios educativos escolares ou sociais do mundo. Claro que me refiro à uma sociedade desde já com acesso à informação. Não me refiro às comunidades onde o progresso ainda não brindou aos seus cidadãos com as benesses desse luxo – lástima! Continuamos vivendo no mesmo planeta mas, em diferentes mundos.
Referências! Esta palavra me intriga e, é isso que acredito ser importante ter e saber quando julgamos algo para saber se isso é realmente o melhor. Nossos pensamentos e ação cognitiva baseiam-se em referências. Buscamos referências.... e isso, certamente é realidade quando buscamos conteúdos para justificar o nosso ´ensinar´. Temo que nos confundamos num universo de relativismo e julguemos como retrógrados alguns métodos e meios com os quais foram educados os nossos avós. Alguém já disse um certo dia: ´os antigos roubaram as nossas melhores ideias´ e, ainda que em parte, não teriam razão? Desafio: aplicar as novas tecnologias e recursos modernos no âmbito da educação utilizando elementos que, indubitavelmente, foram favoráveis ao progresso educativo no passado.
A sociedade científica de hoje não está enclausurada em mosteiros, nem tampouco numa redoma que pertença, com exclusividade, a um determinado país. Tendo acesso ao saber científico, inclusive pelo meio mais versátil de comunicação – Internet – um cientista pode estar ao seu lado, pode ser você mesmo ou, estar num lugar no mínimo inesperado. Mas, quem é cientista hoje? Concluo com o pensamento de Morin (2001, p. 76): “conhecer e pensar não significa chegar à verdade absolutamente certa, mas sim dialogar com a incerteza”. - Bem disse Sócrates: “-só sei que nada sei”.
Geraldo Gabliel
0 comentários:
Postar um comentário