Esta foi a declaração de um de meus alunos em sala de aula esta semana. E eu perguntei: - por quê? E, ele me disse: - "o homem quando nasce não fala, não anda, não vôa, é quase cego, é uma frágil criatura e não é capaz de se alimentar sozinho e ainda, não bastasse tudo isso, faz cocô e xixi na roupa".
Este comentário foi feito numa aula de ciências numa turma de 8º ano quando eu dizia que o homem é um animal e que é muito superior aos demais animais. Haviámos dito que os animias têm seu jeito próprio de se comunicar entre os da mesma espécie (e acredito que de alguma forma se comunicam com animais de outras espécies também), que muitos animais ao nascer já saem em disparada do ninho e já não dependem mais dos pais para sobreviver; que a águia voa muito alto e que enxerga sua presa mesmo ela estando na altura das nuvens, que a coruja enxerga à noite tão bem quanto a águia enxerga de dia, que muitos animaisinhos começam a comer algo sólido no mesmo dia em que nascem, e que alguns animais ainda jovens no ninho fazem uma faxina especial na sua 'casa' não deixando imundícies contaminar o seu lar. Ah! lembramos também da força de um elefante e da velocidade de um leopardo...
Bem, depois de atribuir tantos talentos e habilidades aos animais meu aluno só poderia chegar mesmo a esta conclusão mas, pensando bem, comparar o homem quando nasce com um burro é ser un tanto injusto com o quadrúpede: um burrinho ao nascer já é capaz de fazer certas proezas que mesmo o homem adulto tem dificuldades de realizar, e olha que o bichinho não é besta (besta seria a mãe, mas besta não cria).
No final da aula nos contentamos e até nos aplaudimos ao chegarmos à conclusão de que a natureza não nos deu asas, mas nos deu inteligência e com ela a gente faz asa de metal e, se a gente não consegue, com as nossas próprias forças alçar vôo, atrelamos nessa asa de aço um potente motor e assim, voamos mais alto do que a águia e nos tornamos reis no planeta Terra, inclusive, de todos os animais.
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